Busquei Tanto Por Conhecimento, E No Final Das Contas Descobri Que Todos Os Caminhos  me Levam A Ignorância.

Busquei tanto por conhecimento, e no final das contas descobri que todos os caminhos  me levam a ignorância.

Apostei tanto na ideia de revolução, e no final das contas descobri que o máximo que podemos fazer pelo mundo é mudar a nós mesmos.  

Entre idas e vindas, descobri que o melhor lugar para acomodar confortavelmente o coração é no seio da família.

Entre ficar e partir, decidi ir atrás do que realmente vale a pena.

Entre Deus e a ciência, decidi jogar fora anos de estudos da realidade do homem no tempo para adentrar o mistério da fé numa existência atemporal.

Entre o perdão e o esquecimento, apostei na minha capacidade de absolvição, permitindo assim a expansão da consciência e a elevação do espírito.

Entre desistir e continuar, decidi seguir em frente, porque hoje, mais do que  antes, sei  que Tudo Posso Naquele Que Me fortalece.

Aline Rafaela

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Amar significa entregar-se sem garantia, dar-se completamente na esperança de que nosso amor produzirá amor na pessoa amada. Amar é um ato de fé, e quem tiver mesquinha fé terá mesquinho amor.

FROMM, Eric. A arte de amar. 4. ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1964. p.121.

Com o tempo ele se tornou tão desprezível. E o mais engraçado é que um dia ele foi como que da família. Ou melhor, eu acreditei estar realmente no caminho para construir a minha família. Mas voltando ao fato dele ter se tornado desprezível, a única coisa que podia pensar era, “mas como?”.

E sem ansiar por uma resposta, fitei o céu por alguns instantes e avistei a lua, que estava clara e imensa. Então meus pensamentos ganharam outros rumos, e na contemplação já não havia mais perguntas. Apenas um suspiro aliviado de gratidão. Que bom que tudo finda. O fim é renovação, para cada morte um nascimento, e esse movimento, apesar de dolorido (às vezes) é que faz com que cresçamos. 

Aline Rafaela Lelis

Não que eu não quisesse tê-lo por perto.

Não era esta a questão.

A questão era eu.

Sempre transbordando, 

Sempre à flor da pele.

Sempre na contramão.

Não,  tê-lo por perto tornava tudo muito mais fácil.

Eu preferi colocar à prova minha sanidade,

E caminhar sozinha.

Aline Rafaela

(Escrito em 2014)

Amor sem fim

Bela sempre gostou de dormir depois de observar o céu. As estrelas parecem sinalizar alguma coisa. Acalmar o coração. Fortalecer as ideias. Quando ela olha para o céu da sua janela, há sempre uma estrela que chama mais a atenção. E é aquela estrela que dá o recado. Ela fecha os olhos e sente no coração uma voz mansa a dizer; “vai dar tudo certo preta, você não está sozinha! Paciência!”.

É para as estrelas também que ela pede proteção para o seu amado. Há vidas eles amam. E a cada vida esse amor amadurece. Não tem como duvidar que eles viveram outras vidas juntos. Ela o sente no coração como se sente a um irmão. Um irmão de alma. E ele a sente no coração com a ternura que as almas afins sentem uma pelas outras.

Há anos os dois não estão mais juntos. Há anos eles não se veem.  Mas ela nunca deixou de pensar nele, muito menos ele nela. Outro dia Bela abriu sua caixa de e mail e leu: “Quantas vezes você me visitou em sonhos... ora sorrindo, ora calada. Um amor assim não é em vão. Nós ainda vamos nos reencontrar”.

Bela leu o e mail e pôs a  imaginar a visita onírica ao seu amado. Ela aparecia para ele como uma deusa. Toda de amarelo. Colares e braceletes de ouro, tiara enfeitando a cabeça. Flutuando, sorrindo, beijando seu rosto e desaparecendo subitamente. Outras vezes ela aparecia calada, apenas observando-o, séria. Quando Kako aproximava ela desaparecia. Pensou: “das vezes que o visitei calada devia estar angustiada. Pedindo por ajuda talvez”.

O céu escuro é um dos mistérios mais lindos para Bela. Quando ela caminha à noite pelas ruas estreitas de pedra sabão sempre olha para o alto. Gosta de contemplar o mistério. Pensa “como teria vivido às pessoas que habitaram este lugar há exatos 200 ou 300 anos?” A história a fascina. Bela sempre viveu no mundo da lua, tem dificuldade de lidar com a realidade objetiva. Vive sonhando. Acredita em portais, em espíritos e magia. Para ela existem mundos diversos, e quem tem o “dom” acaba vendo coisas que estão além da nossa realidade. Criaturas de outros mundos para ela circulam entre nós, e os mundos paralelos estão aí, para quem pode vê-los.

Bela sabe que seu amor não tem fim e que vai muito além da cultura. Por isso ela acredita no amor como uma força capaz de transmutar toda dor. Ela sabe que os finais são muito melhores que os contos de fadas, que o “viveram felizes para sempre” na verdade é: “então eles aprenderam a amar um ao outro incondicionalmente, e foram libertos para todo sempre do apego. Evoluindo pelo amor, suas almas enfim, se elevaram e eles viraram luz para todo sempre!”

Aline Rafaela


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Ir de encontro a si mesma é transcender-se. 

Eu transcendo e me transformo. 

Tomo para mim as formas mais bonitas e sinceras.

 Hoje amanheço flor. 

Amanhã anoiteço amor.

 Quero florir a cada suspiro calmo entre um abraço e outro. 

Quero ver as coisas retomarem sua ordem sem pressa.

 Cada coisa no seu lugar como tem que ser. 

E minha vida vai florindo a cada passo que dou em direção a mim mesma.

Aline Rafaela 

(Escrito em 2014)

“Ano Passado Eu Morri, Mas Esse Ano Eu Não Morro. “

“Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro. “

Carta Capital: O que é ser mulher negra pra você? Luedji Luna: Sabe aquele conceito que a gente aprende na escola na aula de Biologia? Que existem seres vivos, os autotróficos, capazes de produzir o próprio alimento, como as plantas, por exemplo. Para mim, ser mulher negra é isso: ter a capacidade de tirar força de si mesma, de ser sua própria fonte de energia, de cura e de amor. É solitário, mas é potente também...

https://www.cartacapital.com.br/sociedade/luedji-luna-do-cabula-para-o-mundo

(...) "Não acho que Deus saiba quem nós somos. Acho que Ele gostaria de nós se nos conhecesse, mas não acho que Ele conheça a gente.

Mas Ele fez a gente, Dona. Não?

Fez. Mas fez o rabo do pavão também. Isso deve ter sido mais difícil.

Ah, mas, Dona, a gente canta e fala. Pavão não.

A gente precisa. Pavão não. O que mais a gente tem?

Ideias. Mãos para fazer as coisas.

Tudo muito bem. Mas essa é a coisa nossa. Não de Deus. Ele está fazendo alguma outra coisa no mundo. Nós não estamos na cabeça Dele.

O que Ele está fazendo então, se não está cuidando da gente?

Deus sabe.

E explodiram em risada, como meninas pequenas escondidas atrás do estábulo adorando o perigo dessa conversa". (...)

MORRISON, Toni. Compaixão. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. pp. 77-78.

Notas sobre uma reunião de trabalho

O que me irrita nela não é o cabelo que nasce do meio certinho da testa em formato “v”. Nem o scarpin que ela usa desnecessariamente todos os dias para ir trabalhar. Não, ela não é advogada ou juíza. Talvez até quisesse ser. O que me incomoda nela, não é a maneira como ela conversa com a filha e o marido ao telefone: “Oi filhinha! Como foi a aula de espanhol?”, “Amor, comprou o livro do Percy Jackson para nossa filhinha?”.

O que me irrita nela, não é ela em si. Sou eu e as memórias que tenho de mulheres como ela.

Algumas mulheres brancas me remetem à opressão, à decepção de ainda criança entender que algumas mulheres, que só pela cor (branca), cabelos (lisos e loiros) e corpo (magro) serão ouvidas e gentilmente tratadas, e, de quebra, essas mulheres trazem consigo um relativo poder de fala, de imposição através do corpo, de olhos desdenhosos cheios de vantagem e desprezo por outras mulheres diferentes dela.

A mulher a quem me refiro traz na atitude, a branquitude vestida de sonsa e a vantagem de ser branca vestida de vítima. A razão eloquente proveniente da fala mansa e gestos que dão a entender nas entrelinhas “não gosto de ser contrariada”, e o olhar fuzilante quando nota na outra (mulher/alteridade),  postura, competência e autoridade.

Nesse momento é que a atitude (branquitude) da mulher dá lugar à fragilidade que tem todo ser em vantagem de poder, o medo de um dia ter que dividir esse poder e aceitar que ela não é, nunca foi e nunca será o centro do mundo.

Aline Rafaela Lelis 


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